Prelúdio para a Noosfera, Relatório e uma Visão

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“Como é, que tudo o que vejo é o filho de Deus na miséria? ”
(Letra de uma canção escutada em um restaurante do hotel em Chennai, Índia)

Parte I. Um Exame do Mundo durante os últimos dias

Recentemente fiz uma viagem ao Quênia e à Índia para experimentar com certa profundidade duas amostras do mundo normalmente não experimentado pela maioria dos “ocidentais.” Estas não eram férias ou uma excursão turística, mas parte de uma missão. Durante o tempo que nós (minha companheira e eu) estávamos viajando, a Europa ainda estava sofrendo os efeitos do vulcão da Islândia, as revoltas na Grécia contra as severas medidas do governo, haviam enviado sua mensagem de anarquia através das mídias mundiais, incluindo igualmente a mais letal “Batalha de Bangkok”, o Euro experimentou uma grave perda de confiança e provocou uma forte queda no mercado de valores mundial, enquanto que o óleo derramado pela Deepwater Horizon fora da costa da Luisiana continuou saindo a borbotões, espalhando sua mortal superfície escorregadia. Antes de sair da Índia, um acidente aéreo devastador ocorreu em Mangalore, e ao mesmo tempo, os Maoístas, agora ativos em 20 dos 29 estados da Índia, bombardearam um ônibus e recentemente causaram o descarrilamento de um trem com um alto custo de vidas.
Ao chegar a Mumbai você percebe que acabou de pousar em um campo armado. E não pode entrar em um hotel ou um centro comercial sem passar pelos controles de segurança ao estilo aeroporto. As ruas, abarrotadas de táxis e mais táxis, ônibus e um ocasional BMW, estão cheias de mendigos e lixo. Apesar do muito promovido boom econômico hindú, a disparidade entre os ricos e os pobres não poderia ser maior. Não é de estranhar que os Maoístas sejam tão ativos. O discreto luxo do ar condicionado da recepção de um hotel cinco estrelas é protegida por seguranças e os portões fechados. Atravessando a rua está o caos abundante: a pobreza e a enfermidade, as mães segurando seus bebês, e aleijados arrastando-se através das sujas calçadas.

A conversa no Quênia é sobre a nova constituição. A constituição atual não foi criada pelos Quenianos, mas por um comitê internacional em Oxford, Inglaterra, em 1963. Faz alguma diferença? É difícil de dizer. O governo está cheio de corrupção e a periferia de Nairobi, os distritos são tão miseráveis como qualquer outro que se possa ver, exceto talvez fora de Mumbai. Enquanto que os novos arranha-céus enchem o horizonte de Nairobi, a riqueza ainda é, em grande parte, controlada por interesses estrangeiros, isto é, pela Índia e o Reino Unido, com a China forçando seu ingresso muito rapidamente. Também há alguns centros comerciais novos, que lhe indicam que a globalização está deixando sua marca. Mas não é uma cidade segura. Quando pedimos a direção de uma loja em particular, uma mulher Muçulmana nos levou para um lado e nos deu conselhos sobre o que não fazer, “Aqui já não há segurança”, nos disse, e logo amavelmente nos acompanhou à pé até o nosso destino.

A única maneira de chegar a um albergue no sopé do Monte Quênia é através de um safári. Se você não estiver em um safári turístico, se prepare para pagar um preço exorbitante. No albergue há uma abertura para poder olhar os animais, porém como é temporada de chuva, a maioria dos animais fica escondida. Só os macacos estão, literalmente, com todo o pique. Mas há uma característica curiosa. Muitos deles estão sem uma ou ambas as patas dianteiras, ou perdendo um braço, e até mesmo alguns estão sem cauda. Perguntamos ao homem que cuida dos animais, o único capaz de falar sabiamente sobre eles para os turistas. Seu rosto se entristece com preocupação. O albergue obtém sua eletricidade através de um transformador no limite de sua propriedade. Ele não está coberto ou protegido, assim, quando repentinamente os macacos entram e agarrando alguns dos cabos elétricos, seus membros são decepados. Até agora tem sido incapaz de convencer a companhia hindu que administra o albergue para que pelo menos cubram ou selem a estação transformadora de maneira que os macacos não possam entrar mais.
O Monte Quênia é único, se elevando a mais de 5.000 metros acima do nível do mar, é a maior montanha que se encontra no equador. Pela primeira vez em poucos anos há neve uma vez mais em seu pico escarpado. Tradicionalmente, esta montanha era considerada como o lugar aonde o criador supremo, Deus Ngai viria à Terra e examinava as grandes terras da África Oriental. Hoje, está rodeado por um Parque Nacional, onde se estabeleceu um pequeno anel de albergues. Já que seu pico está virtualmente no equador, tem um poder geomagnético que por si mesmo justifica seu “estado sagrado.” O caminho até e desde a montanha, está cheio de pequenas aldeias rurais, cada uma com mercados amplos, e abarrotadas de gente, tudo apenas a um passo da área de favelas. Parece que quase todo o mundo no Quênia está equipado com um telefone celular. Entre as aldeias se encontram terras agrícolas de grande riqueza, plantações e granjas. Porém, com tal aparente abundância, por que há tanta pobreza?
Em Nairobi e no Quênia central e ocidental predomina o Cristianismo – um Cristianismo fundamentalista que substitui um conjunto de superstições por outro. “Se você medita, vai deixar que o diabo entre em sua mente.” Há uma série de canais de televisão que transmitem propaganda Cristã fundamentalista. Os Muçulmanos estão em sua maioria no leste do Quênia, centrados na segunda cidade, Mombasa. Há meninas Muçulmanas por todas as partes, caminhando pelos campos em seus jibabs. Os homens com seus gorros brancos, calças e túnicas estão também sempre presentes. Em algumas comunidades, estão os Muçulmanos que fazem cumprir as leis e conseguem se livrar dos traficantes de drogas. Tanto Mombasa como Nairobi também têm vários templos Hindus. Há um impressionante templo, Jain, tanto em Nairobi como em Mombasa, indicando a forte presença da Índia e os interesses comerciais Hindus.

As próximas eleições no Quênia serão em 12-12-2012, só nove dias antes do encerramento do ciclo. Depois das últimas eleições em 2007, tem havido muitos enfrentamentos brutais e o país se manteve temporalmente instável. Algumas pessoas temem que isto possa acontecer de novo. Fora de Nairobi está o subúrbio de Karen. Ali é onde Karen Blixen viveu, e onde escreveu seu famoso livro Fora da África. Hoje, é uma frondosa área verde, aonde vivem muitos dos Quenianos “brancos”. Trata-se de uma interessante e vibrante mistura, muitos dos quais estão envolvidos em projetos para ajudar a tirar os meninos das ruas sujas – yoga e jardins de hortaliças no quintal – ou lidam com o desenfreado HIV (a esperança de vida é agora só 52 anos), ou para melhorar o chão do Museu Nacional, ou de uma forma ou de outra, apoiar a infra-estrutura sócio-cultural para poder elevar a estabilidade e perfil do seu país.

Talvez a cidadã mais famosa do Quênia seja a ganhadora do Prêmio Nobel Wangari Maathai, cujo projeto, Cinturão Verde, tem a participação das mulheres a nível comunitário para plantar árvores – mais de 20 milhões. Ela escreveu recentemente um livro intitulado, “O Desafio para a África”, o qual, entre outras coisas, dá uma visão histórica sucinta de como a África se tornou tal qual é hoje. É uma leitura reveladora, e ela é uma forte defensora de que a ação comunitária em escala capacita o individuo. Todavia, a pessoa deixa a Quênia, se perguntando: O que se pode ser feito, de imediato, em relação à pobreza e a saúde – grandes extensões de favelas nas quais não existe um sistema de saneamento, nem água potável digna, e na qual, o bom alimento nutritivo é difícil de chegar?

Como podemos viver neste mundo com seus bilionários, tráfico de drogas, HIV e degradação ambiental, abundante cultura de globalização, guerras e terrorismo, bombas e armas de fogo – e não ter a força de vontade para fazer algo sobre a evidente desigualdade e a injustiça que prevalece no mundo? Enquanto estávamos no Quênia, a União Européia votou a favor de uma fiança de um trilhão de dólares para tirar do apuro o Euro e para estabilizar sua economia. Também lemos que só no ano passado os Estados Unidos gastou mais que uns trilhões de dólares em armas. Onde está os trilhões de dólares para instalar um sistema sanitário nos bairros pobres de Nairobi ou Mumbai, e nos bairros pobres de todo o planeta? Em seu livro, Banqueiro dos Pobres, Muhammad Yunus disse que os pré-requisitos mínimos para cada ser humano no planeta são: 1. Uma casa a prova de chuva: 2. Um banheiro sanitário; 3. Água potável limpa, e 4. Três refeições por dia. Se não somos capazes disto, nós fracassamos como espécie. Preferimos as armas e o dinheiro.

As pessoas nos países ricos esperam na fila para obter seus iPads. Enquanto isso, é noticiado, o 11º suicídio em apenas alguns meses na fábrica Chinesa que fabrica o iPad. Muitas pessoas nos países ocidentais telefonam para um número para solucionar problemas com seu computador e acabam falando com alguém na Índia. Todavia, alguma vez viram onde vive o Hindu e o qual é seu tipo de vida cotidiana? Na Índia há muita miséria, e se não é mais do que na África, é por poucos números. Enquanto Mumbai é o centro do ciclone da disparidade de riqueza e justiça, Chennai, ao sul, a quarta maior cidade da Índia, pelo contrário, é uma área residencial melhor, e os cortiços pobres são menos evidentes, entretanto, quando você sai à rua encontra o mesmo caos de pobreza e trânsito louco. Nos hotéis você tem opção de muitos canais que parecem oferecer nada mais que o melhor ou o mais recente filme de Bollywood: uma distração cheia de charadas divertidas bem entranhadas de clichês culturais da Índia, criando sua própria sub-cultura de modelos, ídolos de cinema e músicos.

Pondicherry está a duas ou três horas ao sul de Chennai – o tempo depende da audácia ou loucura do taxista que te leva. Não há regras de trânsito que inspirem respeito à medida que você avança sobre as estradas rurais. A única regra é a de tocar a buzina quando você quer ultrapassar – assim, há uma dissonância constante de buzinas de carros, ônibus e caminhões, e as pessoas que correm riscos e que lhe deixam de cabelo em pé, como um desfile de ônibus e táxis, caminhões e vans lotadas, jogando roleta russa em uma estrada de duas pistas, que freqüentemente parece um pesadelo, com três ou quatro pistas de cruzamentos e com veículos que transitam tentando cruzar com segurança.

Pondicherry é onde Sri Aurobindo, o grande poeta e ativista político, virou o yogue e o pensador profundamente evoluído, e passou a maior parte de sua vida – de 1910 a 1950. Ali, com sua companheira, Madre, criou seu ashram e em 1926 se envolveu na descida da consciência supra-mental do futuro. Seguindo seu Samadhi, em 9 de dezembro de 1950, quando sua consciência deixou seu corpo para penetrar a consciência do planeta, Madre sonhou com a idéia de Auroville de uma cidade universal, aonde todos pudessem ser livres para buscar a verdade espiritual exposta por Sri Aurobindo e Madre. Hoje, Auroville é uma comunidade próspera com 2000 habitantes localizada justamente fora de Pondicherry. É auto-sustentável e um bom modelo de sociedade do futuro, que alguém poderia encontrar, isolada do caos de Pondicherry por um cinturão verde de árvores plantadas pelos Aurovilleanos ao longo dos anos.

No centro está o Matrimandir, uma brilhante estrutura com um domo geodésico situado no centro de um pavilhão do jardim de grama, observando todo o mundo como um OVNI que acaba de aterrissar. No contexto da Índia atual, Auroville é verdadeiramente um milagre.

O ashram de Sri Aurobindo se encontra em uma área tranqüila do bairro Francês de Pondicherry. Tem um ar de tremenda serenidade. Os devotos de um tipo ou de outro sempre estão passando pelo ashram, para tocar ou colocar sua cabeça no sarcófago onde o corpo de Sri Aurobindo repousa em seu estado final de samadhi. Tudo é absolutamente tranqüilo. O samadhi é muito eficaz. Entra em seu corpo e mente.

Fora do ashram está o templo do Elefante, um vistoso santuário Hindu com sensacionais estátuas do panteão Hindu. O ambiente é totalmente diferente do ashram. Há um elefante vivo, pacientemente de pé, com um símbolo branco pintado em seu terceiro olho. Então, mais adiante está propriamente Pondicherry, um gigantesco povoado de 700.000 pessoas – tudo está do lado de fora, o lixo, as vacas que entram e saem das multidões, os mendigos, a sujeira em cada canto das ruas. Os cidadãos no querem por recipientes de lixo nos cantos das ruas porque pensam que atrairão os mosquitos e miss ainda, os mendigos. Assim, ao invés, todo o mundo se conforma com empilhar o lixo aonde seja possível.

Seguindo de avião para Singapura, a mente está cheia de imagens e perguntas. Há uns dois anos e meio para 21 de dezembro de 2012. Ao contemplar esta micro-fatia de nosso mundo com seu nível esmagador de caos e miséria, uma coisa é certa: nenhuma conferencia humana ou seminário, organização religiosa ou governamental, ONG ou empresa vai ser capaz de fazer muito a respeito, nem sequer ser plenamente capaz de encarar a raiz do problema da pobreza humana e da injustiça, assim como da esmagadora degradação ambiental que caracteriza nosso mundo de hoje.

A injustiça da pobreza e a inutilidade de gastar mais dinheiro em armamento, enquanto se luta, em escala máxima, contra a degradação ambiental, deveriam ser as prioridades principais da raça humana, somos na realidade um organismo racional coerente planetário – que neste momento, não o somos. Se, na verdade soubéssemos lidar com estes assuntos e cada governo fizesse destes, sua prioridade, então veríamos o terrorismo desaparecer. Pois a raiz do terrorismo é a injustiça, o desequilíbrio de poder, o materialismo agressivo e os interesses egoístas que continuam perpetuando o problema sem, sinceramente, desejar fazer algo a respeito. Infelizmente o problema – a crise – é endêmico ao sistema inteiro. Na verdade, só a destruição do sistema atual de acordo com os princípios de conduta humana e a ação ambiental responsável pode mudar isso, porém, isto nunca acontecerá o suficientemente e logo. O fato é que temos que corre contra o tempo, pois a situação está fora de controle.

Qual é a responsabilidade de cada um ante este trágico fracasso da espécie humana? Não tem sentido reunir-se com outras pessoas se não formos dizer: Aqui está o que vamos fazer assim que sair desta conferência… Isto é o que vai por uma casa a proba de chuva para todos os seres humanos, um banheiro sanitário e assim sucessivamente.

Enquanto houver pessoas boas que estejam fazendo algumas destas coisas, merecem receber todo o nosso apoio, porque essa é sua prática espiritual, o grande problema, a causa raiz permanecerá. Não importa os bons resultados que a reunião tenha, não vão convencer o Banco Mundial, aos Rothschild, aos Bilderbergs, ao FMI, aos Bill Gates e aos Carlos Slims, à União Européia e os bilionários da Índia a inverter, de imediato, a erradicação da pobreza, e o equilíbrio da balança da justiça. Os animais tratam as suas espécies melhor do que os humanos se tratam uns aos outros.

O que as pessoas precisam entender é que na realidade, 21/12/2012 é a data limite da humanidade, e agora mesmo, a humanidade prefere enviar um homem a Marte para ver de frente o que foi criado em seu planeta de origem. Se o ciclo verdadeiramente está terminando em 21 de dezembro de 2012, e algo vai acontecer então a única coisa a ser feita, que não temos feito, é mudar a nossa consciência.

Parte II. Convertendo-nos na Mudança que queremos ser – Bem-vindos à Noosfera

O cérebro humano tem agora a chave de nosso futuro. Agora, nós temos que recordar a imagem do planeta desde o espaço exterior: Uma única entidade na qual estão interconectados o ar, a água e os continentes. Esse é nosso lugar. – David Suzuki

Uma mente de luz substituirá a confusão atual e dificuldades desta ignorância terrestre… Esta é a possibilidade que devemos buscar, e isso significaria uma nova humanidade elevada à luz, capaz de espiritualizar o ser e a ação, aberta ao governo por alguma luz da verdadeira consciência, capaz inclusive a nível mental e sobre seu próprio comando de algo que poderíamos chamar o começo da vida divina. – Sri Aurobindo

Por falar em mudar nossa consciência – até mesmo transformando-a – devemos considerar que há um projeto infalível e inefável de todos estes procedimentos em nosso mundo, o qual parece ter derivado de um acampamento armado cheio de resíduos tóxicos e perdendo rapidamente sua biodiversidade biológica. Mesmo dentro dos véus da mais escura ignorância que agora prevalece, nós podemos ver que ainda há um movimento de consciência sempre se esforçando para ascender passo a passo, até esse lugar onde há um “novo céu e uma nova Terra”.

É neste momento próximo da consciência cósmica (21/12/2012) que poderemos experimentar a descida da super-mente, a mente de luz. E então, mais além, poderemos ainda avançar, passo a passo, em formas cada vez mais perfeitas e luminosas, irradiando a luz de um samadhi que tudo penetra com a verdadeira consciência universal, e agora se torna uma característica irreversível da mente terrestre – tudo isto está de acordo com o inefável projeto, o “plano divino.” É pelo alinhamento consciente com este plano, aceitando-o de todo o coração e sem restrições, este inescrutável projeto da natureza, que nos tornaremos capazes de praticar a “vida divina”.

Para mudar nossa consciência, e aproveitar a ascensão que continua a mesmo na hora mais escura da crise planetária, precisamos perceber o exemplo da Terra como um todo, a Terra que vemos do espaço exterior. Este é o lugar para se começar, pois este não é só onde estamos, mas quem nós somos.

Em nossa contemplação devemos absorver a Terra em nossos corações. Devemos experimentar a Terra como uma simultaneidade unificada. Dia e noite, oceano e terra, ar e mente, tudo ao mesmo tempo. Ela é, na realidade, um conjunto uniforme, e tudo nela e dentro dela constitui uma totalidade única, embora possa parecer dividida em numerosas partes.

A Terra já está em um estado avançado de samyak samadhi, concentração correta, meditação ou samadhi absorvido dentro de si mesmo. Sem desvios, se move em sua órbita, girando incessantemente, assegurando-se de que todos os aspectos de seu ser esférico sejam expostos igualmente para a fonte luminosa de sua vida e consciência, o Sol. Ela tolera tudo, até mesmo os homens mais indomados e incontroláveis, dirigidos pelas fixações unilaterais de seus próprios sistemas de crenças não examinadas, aparentemente incapazes de qualquer inteligência a mais – sim, até mesmo estes que ela considera como seus filhos.

A Terra em sua totalidade unificada não busca vingança. Todavia, ela opera por leis que se forem repetidamente violadas, produzirão seus próprios resultados, impondo suas próprias formas de justiça.

Em sua simultaneidade unificada da totalidade de vida, onde o santo e o pecador, o hipócrita e o buscador da verdade, todos, igualmente, respiramos o mesmo ar e nos movemos pelo mesmo sangue que corre em suas veias, a Terra já está vivendo a vida divina, um corpo planetário capaz de uma autotransformação aparentemente interminável, ressurreições repetidas e renascimentos mesmo em meio a sua própria morte. Ela possui uma mente e uma consciência que estão inteiras e acomodam todas as suas formas cristalinas e de viver. Através de eóns, ela tem surgido lentamente em uma condição de ser cada vez mais consciente e luminosa. Agora, espera seu próximo revestimento de consciência, o manto da auto-reflexão para deslizar sobre ele, um manto arco-íris produzido por seus filhos do amanhã, aqueles que se mantém em sintonia com a descida da super-mente.

Para a Terra em sua simultaneidade unificada, sempre é o mesmo momento no tempo. O homem rico desfrutando de seu coquetel no final de seu dia fazendo dinheiro, o homem pobre despertando em seu colchão no solo a meio mundo de distância, são para a Terra, ao mesmo tempo, os dois lados do mesmo momento de experiência. A Terra está em um contínuo momento de sincronicidade. Ela se banha em um raio de tempo de um fractal de momento de despertar descendo de todas as direções até seu campo eletromagnético radiante. A perfeição sincrônica é tudo o que ela conhece, porque é uma Nave do Tempo movendo-se imperceptivelmente em sua trajetória para a consciência cósmica plenamente iluminada.

A Terra não busca matar ou trair, é incapaz de mentir e não precisa roubar nada de ninguém. Tudo o que ela precisa para se manter, para experimentar, ou para conhecer, ela já possui em si mesma. Ela não precisa viajar para outros planetas ou outros mundos para conhecer o que não é. Ela sabe por si mesma, do centro do mais profundo do seu ser, onde só há um condensado e incrivelmente luminoso silêncio, que ela também não é o que se pensa que ela seja. Ou melhor, ela é um ponto de sabedoria Inter-dimensional que recebe sua inspiração da totalidade do cosmos, como tem chegado até ela, descendo através de seus pólos em infinitas ondas plasmáticas durante bilhões de anos.

Agora ela espera esse momento que se aproxima, a descida da super-mente, a próxima expansão de sua mente dentro das freqüências solares que iluminam seu espaço de meditação. Ela sabe a hora e o momento. A inquietude de seus filhos é seu sinal. Ela sabe que até mesmo entre eles, em sua confusão e causando problemas para si mesmos e para ela, o plano universal está atuando. Ela só precisa de um punhado deles para que a levem em seus corações e, simultaneamente, pratiquem o que ela pratica todo o tempo: o samadhi supremo da unificação sempre-existente. Ela sabe que a enfermidade das mentes de seus pequenos filhos, logo será dissolvida. Os amigos luminosos de mais além já estão aqui para ajudá-los, assim que o suficiente deles desperte do sonho da separação. Então, saberão que é sua mente e não seus brinquedos que os tornam grandes, já que sua mente é, na verdade, a mente da Terra, e a mente da Terra é a ligação para os poderes cósmicos insuperáveis e a simultaneidade de consciência sempre sincrônica.

Ela lhes envia uma mensagem, um oráculo:

Mensagem do Tempo:
Deixa a parede cair na vala
a civilização está em ruínas
Não usem a força para corrigir as coisas
Mas, perseverem em silêncio.
O caminho do mal está em ascensão
Porém não tem nenhum fundamento
Dentro de vocês, estão amadurecidos os sinais do amanhã.

Ela sabe que entre eles estão os que podem ouvir cujos corações ainda batem com a lembrança da primeira criação, e assim, eles podem estar prontos para a segunda criação. Agora é o momento para que estes se tornem verdadeiramente dedicados e não tenham nenhuma outra causa, a não ser o samadhi da unificação com a Terra.
Se você acha difícil entrar neste samadhi, então, procure adquirir um globo e faça com que ele seja o foco de sua meditação. Quando você tem um globo, você está vendo a Terra como é vista do espaço exterior. Então, você pode ver que é um único todo indivisível, uma totalidade unificada. Tudo e todos estão nela, e em todas as partes ao mesmo tempo – dia e noite, as estações, Pólo Norte e Pólo Sul, tudo de vez, o mesmo instante de tempo cósmico em todas as partes ao mesmo tempo.

Isto é o que acontece quando você tem a perspectiva da Terra como um todo. A Terra não mostra nenhuma parcialidade. Ela está sincronizada com a ordem cósmica da realidade. Sua órbita é a demonstração de sua submissão à lei cósmica. Se ela se tornou rebelde e se desviou, isto só causou estragos absolutos em toda a sua rede de subsistemas interdependentes e interconectados. Seria suicida rebelar-se. Assim, ela permanece obediente à lei cósmica. Basta que de vez em quando ela experimente uma mudança de pólos, ou que um meteorito se choque contra ela.

Porém estes também são ajustes necessários. Ela tem sido submissa a sua lei durante 4 bilhões de anos. Isso significa que, em sua função como um elétron planetário para o núcleo atômico do Sol, ela deu a volta ao redor do centro da galáxia 20 vezes até agora (a razão de 200 milhões de anos para o Sol fazer este circuito). Assim, qualquer tipo de ajuste que ocorra em 2012, o que quer que seja, saiba que a Terra está preparada, porque isto é inevitável.

Levando em conta a grande mudança agora, em nós, considere que você está neste episódio cósmico. Você tem sorte de estar fazendo um passeio gratuito ao redor do Sol, e participando um pouco do circuito ao redor da galáxia. Se há uma reorganização para acontecer, talvez seja porque como espécie, nós não aderimos aos princípios da justiça nem demonstramos gratidão suficiente para com este precioso planeta o qual cuida de nós. Tudo na Terra é dado livremente pela mesma Terra. Só os seres humanos utilizam sua inteligência e a construção artificial de dinheiro para obrigar aos demais de sua espécie a pagar pelo que é, na realidade, um presente da Terra.

Agora a Terra está sangrando óleo, uma mensagem de que o estilo de vida que a espécie humana tem construído para se mesma não é eficaz. As prioridades humanas estão totalmente desequilibradas e de cabeça para baixo. Suas mentes estão imersas em sistemas de normas e regulamentos que pouco tem a ver com a realidade e, que atualmente obstruem todo o tipo eficiente de ação responsável, especialmente em face, a tal grande mudança.
Por esta razão, a forma supremamente eficaz de tornar efetiva esta grande mudança é ir fundo e transformar a consciência do planeta. Cem mil humanos meditando em uma seqüência de momentos sincronizados focados em um único ponto, percebendo a Terra como uma continuidade, uma simultaneidade instantânea da totalidade unificada, seria suficiente para efetuar uma mudança. A consciência, não a vida e a forma, é o princípio essencial de evolução do cosmos. Como o grande pensador Hindu Sri Aurobindo escreveu acerca desta premissa:

“Nesta visão das coisas do universo se revelará em sua unidade e totalidade como uma manifestação de um único ser, a natureza como seu poder de manifestação, a evolução como seu processo de manifestação gradual na matéria.” (“Super-mente em Evolução”).

O poder da mente criou a máquina e o tempo artificial que governam nossas vidas. Voltado para si mesmo, o poder da mente pode curar, em última instância, todas as coisas. O poder da mente humana coletiva sincronizada como uma só consciência planetária focada em um único ponto poderia alterar a evolução de nossa mente e o espírito de maneira irrevogavelmente, ao mesmo tempo, enquanto nos proporciona o conhecimento, insights e habilidades telepáticas, para converter nossa crise para a Segunda Criação.

É possível este evento de consciência super-mental para 2012. Há tempo suficiente, e há pessoas suficientemente capazes disto. Esta é a solução predita pela mensagem do tempo. Então, nós também saberemos que não estamos sozinhos. A civilização cósmica ao longo do universo, que nós descobriremos, está esperando que nós cheguemos a esta solução. Nós escutaremos o grito ressoando através da Terra: “Bem vindos a casa!” E então saberemos que: Sim, nós estamos em casa. Um novo tempo e um novo dia amanhecerão. Sim, Bem vindos à Noosfera!

Valum Votan
G.R.I.

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